“Tot es mou”: Falamos de cirurgia – notícia Francisco Mora

À medida que as pessoas envelhecem, torna-se mais comum a dependência da cirurgia plástica. Muitas vezes os realizadores de cinema deparam-se com a dificuldade de não encontrar atrizes mais velhas porque, a partir de certa idade, já não são contratadas. Há certas profissões, especialmente no mundo das atrizes e das figuras públicas, onde, se deixam de ser chamadas, talvez entrem neste ciclo de recorrer à cirurgia, esticar a pele e parecer mais jovens para serem contratadas novamente. Hoje temos a oportunidade de falar com o doutor Francesc Mora, médico da Sociedade Catalã de Cirurgia Plástica e Estética.
O que está a acontecer com a moda ou fascínio pela cirurgia plástica?

Se navega pelas redes sociais, encontrará exemplos claros. Hoje em dia, praticamente todas as pessoas de certas idades sabem o que são os foxy eyes, a bichectomia, etc. Há muitos anos que várias celebridades optam por passar pelo bloco operatório para pequenas intervenções, devido à grande pressão estética. Agora quisemos encontrar alguns exemplos de pessoas que optaram por estas pequenas intervenções — algumas mais notórias, outras menos perceptíveis.

Andie MacDowell decidiu que não queria fazer nada e está feliz com essa escolha. Bruce Springsteen também nunca passou por uma cirurgia e mostra a sua idade com naturalidade. Julia Roberts, Meryl Streep, George Clooney, Brad Pitt são exemplos de envelhecer bem sem cirurgia plástica.
Por outro lado, há quem tenha recorrido de forma mais visível à cirurgia: Nicole Kidman, Courtney Cox, Sylvester Stallone, McRayans e Mickey Rourke.
Como se pode ver, há muitas formas de envelhecer. Alguns optaram por uma abordagem mais natural, outros escolheram uma aparência mais transformada. Quisemos perguntar, mais do que se há uma forma certa ou errada de envelhecer: será que em algumas pessoas isso se nota mais?

Envelhecer é uma sorte. Envelhecer é natural, mas a sociedade não lida bem com isso. Vivemos num contexto hedonista em que a juventude é valorizada ao extremo — tudo o que é jovem é considerado bom, e, ao envelhecermos, perdemos essa frescura que se deseja recuperar.
O senhor, que trata tantas pessoas, o que mais lhe pedem? Que lições aprende com os seus pacientes? Eu faria uma distinção entre pessoas jovens e pessoas mais velhas. Os jovens querem melhorar o corpo. É uma faixa etária entre os 20 e os 35 anos. Procuram principalmente aumento mamário, lipoaspiração, rinoplastia, etc.

Há mães que vieram abraçar-me e dizer que mudei a vida das suas filhas. Vejo também jovens com uma insatisfação crónica. A Sociedade Catalã de Cirurgia Plástica tem como regra os 18 anos como limite mínimo para realizar uma intervenção, exceto em casos como as orelhas. Já entre os mais velhos, creio que as pálpebras são a maior procura, especialmente depois da pandemia, com o aumento de pedidos de blefaroplastia.
Há muito amadorismo na sua profissão? Há celebridades que querem resultados irreais. No final, o que eu gosto ou o meu padrão de estética nem sempre coincide com o gosto do paciente. Há quem pense que, com cicatrizes mais pequenas, o resultado será automaticamente melhor. Eu não realizarei uma intervenção onde a expectativa não possa coincidir com o resultado possível.
Há dois anos, todas as raparigas vinham com uma foto da Ester Expósito a pedir o mesmo nariz. É preciso chegar a um consenso com a paciente para encontrar um ponto de equilíbrio.
